UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Disciplina:
Angola (1901 – 1961):
sociedade e política
Professor: Washington Santos Nascimento
Blog: africauerj.blogspot.com.br
EMENTA:
História, Literatura e
Memória. Angola: do século XIX ao
século XX. O Império Português: legislação e ideologia. Angola Colonial: entre
o rural e o urbano. A sociedade
angolana. Os movimentos de resistências
e os caminhos para luta armada
OBJETIVO GERAL:
·
Traçar um panorama social e político de Angola na primeira
metade do século XX.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
·
Entender os processos de ocupação portuguesa e de
resistência angolana desde o século XIX ao século XX.
·
Perceber o processe de ocupação do campo e das
cidades angolanas, sobretudo depois dos anos quarenta.
·
Entender os imbricados processos de formação da
sociedade angolana.
·
Compreender os processos de tomada de consciência e
as razões que conduziram os angolanos a luta armada em 1961.
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
I - HISTÓRIA, LITERATURA E MEMÓRIA.
II - ANGOLA: DO SÉCULO
XIX AO SÉCULO XX
III - O IMPÉRIO
PORTUGUÊS EM ANGOLA (SÉCULO XX)
3.1 - O governo
salazarista e a política de assimilação colonial (1926 – 1954)
3.2. - O
lusotropicalismo e a ideologia colonial
IV - ANGOLA
COLONIAL: ENTRE O RURAL E URBANO
4.1 - Universo rural: a
estruturação econômica, a dimensão política e a inserção portuguesa.
4.2 - Universo urbano:
cisões e racialização topográfica
V – ANGOLA:
SOCIEDADE (SÉCULO XX)
5.1 - Angola e Luanda
nos anos 40: a chegada dos portugueses e o aumento das tensões sociais
5.2 - A formação das
elites crioulas e as questões identitárias
5.3 - As novas elites:
os “novos assimilados”.
5.4 - Os nativos
(“indígenas”) e os musseques
VI - OS MOVIMENTOS DE
RESISTÊNCIAS E OS CAMINHOS PARA A LUTA ARMADA
6.1 - O Nacionalismo: da
Liga Nacional Africana a casa dos Estudantes do Império
6.2 – Os movimentos de
resistência e o caminho para a luta armada
6.3 – O início da luta
armada
CRITÉRIOS AVALIATIVOS
·
Construção de um artigo científico que trate de um
dos temas da disciplina, utilizando no mínimo uma obra literária e cinco textos
utilizados durante o semestre.
·
Duas datas de entrega: aula 8 e aula 15.
·
Mínimo de 15 e máximo de 30 páginas. (Já inclusos
os elementos pré e pós textuais).
·
Fazer uso das normas da ABNT
·
Trabalho individual.
PROGRAMAÇÃO
Semana 1 : Discussão
Geral da disciplina
Apresentação
coletiva, discussão do plano, bibliografia,
avaliações e apresentação de fontes documentais.
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval
Muniz de. A hora da estrela: história e literatura, uma questão de
gênero? In: História: a arte de inventar o passado. Bauru: Edusc, 2007, p.
43-51.
PRATT, Maire Louise. Introdução: crítica na zona de
contato. In: PRATT, Maire Louise. Os
Olhos do Império: relatos de viagem e transculturação. Bauru/São Paulo:
EDUSC, 1999.
Semana 2 - História, literatura e memória.
FONSECA,
Maria Nazareth Soares. Literatura e “Arquivos da Memória”: Negociação e
Dispersão dos Sentidos. In: SECCO, Carmem Tindó; SALGADO, Maria Teresa; JORGE,
Silvio Renato (Org.). África, Escritas
Literárias. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; Angola: Editora UEA, 2010.
LEITE, Ana Mafalda. Empréstimos
da oralidade na produção e crítica literárias africanas In: LEITE, Ana Mafalda.
Oralidades & escritas pós-coloniais:
estudos sobre literaturas africanas. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2012.
ROSÁRIO, Lourenço
Joaquim da Costa. Reflexões sobre as narrativas de tradição oral. In: ROSÁRIO,
Lourenço Joaquim da Costa. A Narrativa
Africana de expressão oral: transcrita em português.Lisboa: Instituto de
Cultura e Língua Portuguesa; Luanda: Angolê, 1989.
Semana
3 - Angola: do século XIX ao século XX
FREUDENTHAL, Aida Faria. Angola In: MARQUES, A. H. de Oliveira e SERRÃO, Joel (dir). (coord
do vol.). Nova História da Expansão Portuguesa. Volume XI – O Império Africano:
1890-1930. 1ª. Edição: Lisboa, Editorial Estampa, 2001. (p.259 a 306).
Semana 4 – Um marco do processo de
resistência: “Voz de Angola clamando no deserto” (1901).
MORENO, Helena Wakim.
Voz d´Angola clamando no deserto: protesto e reivindicação em Luanda (1881-1901).
Mestrado em História Econômica. Universidade de São Paulo, 2014.
VÁRIOS. Voz
de Angola clamando no Deserto. Lisboa: Edições 70/União dos Escritores Angolanos,
1984.
Semana
5 - O governo salazarista, a
política de assimilação colonial e o lusotropicalismo (1926 – 1954).
MENESES, Maria Paula G. “O ‘indígena’ africano
e o colono ‘europeu’: a construção da diferença por processos legais”. In E-Cadernos
CES: Identidades, cidadania e Estado, no. 7, 2010.
NASCIMENTO, Washington
Santos. “Indígenas”,
“assimilados” e a legislação colonial portuguesa em Angola. (1926-1961) (No
prelo)
Castelo, Claudia. O
modo português de estar no mundo : o luso-tropicalismo e a ideologia
colonial portuguesa (1933-1961), Porto, Edições Afrontamento, 1999,
166 p.
Semana 6 - O Universo rural da Angola
colonial: a estruturação econômica e a presença missionária
NASCIMENTO, Washington
Santos. A ocupação econômica do interior angolano In: NASCIMENTO, Washington
Santos. Gentes do Mato: os "novos assimilados" em Luanda. Tese de Doutorado. Faculdade de
Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2013.
NASCIMENTO, Washington Santos.
Minha mãe me entregou nas mãos do professor para fazer de mim o que quisesse e pudesse”: memórias da educação escolar em Angola. Revista HISTEDBR On-line. , v.55, p.231
- 249, 2014.
Semana 7 e 8 - Universo urbano: cisões e racialização
topográfica
CASTELO, Cláudia Passagens para África. O
Povoamento de Angola e Moçambique com Naturais da Metrópole, Porto, Edições
Afrontamento, 2007 (Capítulos: “Estudo Sociográfico da migração portuguesa” e
“Barreiras raciais, conflitos e discriminação”).
NASCIMENTO,
Washington Santos. Das Ingombotas ao Bairro Operário: transformações, trânsitos
e memórias do espaço urbano luandense. (Angola, 1940-1960). (Texto inédito)
VIEIRA, José
Luandino. A fronteira do asfalto In: VIEIRA, José Luandino. A cidade e a infância. São Paulo:
Companhia das Letras, 2007. 136 p.
VIEIRA, José
Luandino. Luuanda. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004. 136 p.
Semana 9 : A formação das elites crioulas e as questões
identitárias.
DIAS, Jill. Uma Questão de
Identidade: Respostas Intelectuais às Transformações Econômicas no Seio da
Elite Crioula da Angola Portuguesa entre 1870 e 1930. Revista Internacional de Estudos Africanos, 1984.
NASCIMENTO, Washington Santos. Gentes do Mato: os "novos
assimilados" em Luanda. Tese de
Doutorado. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2013. (1.3 –
Os “antigos assimilados”: as famílias crioulas e a assimilação colonial
e 1.3.1 - Os crioulos: de “civilizados” a “assimilados”)
ANTÓNIO,
Mario. Crônica da cidade
estranha. Salvador; Luanda: Edições Maianga, 2004.
Semana 10: As novas elites: os “novos assimilados”.
NASCIMENTO, Washington Santos. Gentes do Mato: os "novos
assimilados" em Luanda. Tese de
Doutorado. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2013. (Capítulo III. Tornando-se um
assimilado: o processo legal e a construção de identidades) ou artigo em
construção sobre Uanhenga Xitu
XITU, Uanhenga. Mestre
Tamoda. Luanda: Edições Maianga, 2004.
_____. Manana.
Lisboa: Edições 70, 1978.
Semana 11 e 12 - Os nativos (“indígenas”) e os
musseques.
BETTENCOURT, Andrea. Os musseques de Luanda. Lisboa:
Dissertação para obtenção do grau de mestre em Arquitectura, Faculdade de
Arquitectura – Universidade Técnica
de Lisboa, 2011.(Capítulo: 3.3 Musseque _ Origem . População
. Modo de vida . Conceito).
AMARAL, Ilídio. Luanda e os seus “muceques”, problemas de geografia urbana. In:
Finisterra. - vol.XVIII, nº 36 (1983)
----------------
SANTOS, Arnaldo In: SANTOS,
Arnaldo. Kinaxixe e Outras Prosas. São Paulo: Ática, 1981.
VIEIRA, José Luandino. Nosso musseque.
Lisboa: Editorial Caminho, 2003.
Semana 13 e 14: O Nacionalismo: da Liga Nacional
Africana a Casa dos Estudantes do Império
ANDRADE, Mário Pinto de. Origens do nacionalismo africano – continuidade e ruptura nos
movimentos unitários emergentes da luta contra
a dominação colonial portuguesa: 1911-1961. Lisboa: Dom Quixote, 1997.
RODRIGUES, Eugénia.
A geração silenciada: a Liga
Nacional Africana e a representação do branco em Angola na década de 30. Porto:
Edições Afrontamento, 2003.
CASTELO, Cláudia . Casa dos Estudantes do Império:
lugar de memória anticolonial. In7º
Congresso Ibérico de Estudos Africanos,9, Lisboa, 2010 -
50 anos das independências africanas: desafios para a modernidade : actas [Em
linha]. Lisboa: CEA, 2010.
Semana 15 - Os movimentos de resistência e os caminhos para a luta
armada
VIEIRA,
José Luandino. A vida verdadeira de Domingos
Xavier. São Paulo: Ática, 1977.
ZAMPARONI,
Valdemir. D. . Ficção e História em A Vida Verdadeira de Domingos Xavier.
Polifonia (UFMT), Cuiabá, v. 01, p. 160-180, 1993.
Semana 16 – O Início da Luta armada
MATEUS, Dalita Cabrita e MATEUS, Álvaro.
Antecedentes da guerra colonial em Angola In: MATEUS, Dalita Cabrita e MATEUS,Álvaro:
Angola 61. Guerra e Mateus, colonial: causas e consequências. O 4 de Fevereiro
e o 15 do Março. Texto Editores, Lda., Alfragide, 2011
SILVEIRA, Maria Anabela Ferreira. A Baixa de
Cassange: prenúncio da luta armada in Revista
Porto, publicação semestral do Programa de Pós Gradução em História da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil, nº3 (2013).
Semana 17 e 18 – Apresentação e debate em torno dos artigos
construídos
Debate coletivo sobre os artigos apresentados.
BIBLIOGRAFIA
Fontes
literárias
ANTÓNIO,
Mario. Crônica da cidade
estranha. Salvador; Luanda: Edições Maianga, 2004.
SANTOS, Arnaldo Kinaxixe In:
SANTOS, Arnaldo. Kinaxixe e Outras
Prosas. São Paulo: Ática, 1981.
VIEIRA, José
Luandino. A fronteira do asfalto In: VIEIRA, José Luandino. A cidade e a infância. São Paulo:
Companhia das Letras, 2007.
_____. Luuanda. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.
_____. Nosso
musseque. Lisboa: Editorial Caminho, 2003.
_____. A vida verdadeira de Domingos Xavier. São Paulo: Ática, 1977.
XITU, Uanhenga. Mestre
Tamoda. Luanda: Edições Maianga, 2004.
_____. Manana.
Lisboa: Edições 70, 1978.
Artigos, teses,
dissertações, capítulos e livros
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz
de. A hora da estrela: história e literatura, uma questão de gênero?
In: ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. História: a arte de inventar o
passado. Bauru: Edusc, 2007, p. 43-51.
AMARAL, Ilídio. Luanda e os seus “muceques”, problemas de geografia urbana. In: Finisterra. - vol.XVIII, nº 36 (1983)
ANDRADE, Mário Pinto de. Origens do nacionalismo africano – continuidade e ruptura nos
movimentos unitários emergentes da luta contra
a dominação colonial portuguesa: 1911-1961. Lisboa: Dom Quixote, 1997.
BETTENCOURT, Andrea. Os
musseques de Luanda. Lisboa: Dissertação para obtenção do grau de mestre em
Arquitectura, Faculdade de Arquitectura – Universidade Técnica de Lisboa, 2011
CASTELO, Cláudia . Casa dos Estudantes do Império:
lugar de memória anticolonial. In7º
Congresso Ibérico de Estudos Africanos, 9, Lisboa, 2010 -
50 anos das independências africanas: desafios para a modernidade : actas [Em
linha]. Lisboa: CEA, 2010.
_____. Passagens para África. O Povoamento de Angola e Moçambique com Naturais da
Metrópole, Porto, Edições Afrontamento, 2007.
_____. O modo português de estar no
mundo : o luso-tropicalismo e a ideologia colonial portuguesa (1933-1961), Porto, Edições Afrontamento, 1999, 166 p.
CONCEIÇÃO NETO, Maria. “O Luso, o Trópico…e os Outros (Angola, c.1900-1975)
In: A Dimensão Atlântica da África:
Atas da II Reunião Internacional de História de África, CNPQ, 1997, pp.117-122
DIAS, Jill. Uma Questão de
Identidade: Respostas Intelectuais às Transformações Econômicas no Seio da
Elite Crioula da Angola Portuguesa entre 1870 e 1930. Revista Internacional de Estudos Africanos, 1984.
FONSECA,
Maria Nazareth Soares. Literatura e “Arquivos da Memória”: Negociação e
Dispersão dos Sentidos. In: SECCO, Carmem Tindó; SALGADO, Maria Teresa; JORGE,
Silvio Renato (Org.). África, Escritas
Literárias. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; Angola: Editora UEA, 2010.
HENRIQUES, Isabel Castro. "A historiografia
colonial e a rejeição da história africana" In: HENRIQUES, Isabel Castro. Percursos da Modernidade em Angola:
Dinâmicas comerciais e transformações socisais no século XIX. 1ª ed. Lisboa:
Instituto de Investigação Cientifica Tropical; Instituto da Cooperação
Portuguesa, 1997
FREUDENTHAL, Ainda Faria. Angola In: MARQUES, A. H. de Oliveira e SERRÃO, Joel (dir). (coord
do vol.). Nova História da Expansão Portuguesa. Volume XI – O Império Africano:
1890-1930. 1ª. Edição: Lisboa, Editorial Estampa, 2001. (p.259 a 306).
MATEUS, Dalita Cabrita e MATEUS, Álvaro: Angola
61. Guerra colonial: causas e
consequências. O 4 de Fevereiro e o 15 do Março. Texto Editores, Lda.,
Alfragide, 2011
MENESES, Maria Paula G. “O ‘indígena’ africano
e o colono ‘europeu’: a construção da diferença por processos legais”. In
E-Cadernos CES: Identidades, cidadania e Estado, no. 7, 2010.
NASCIMENTO, Washington
Santos. Minha mãe me entregou nas mãos do professor para
fazer de mim o que quisesse e
pudesse”: memórias da educação escolar
em Angola. Revista HISTEDBR On-line.
, v.55, p.231 - 249, 2014.
_____. Gentes do Mato: os "novos assimilados" em Luanda. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
PRATT, Maire Louise. Os Olhos do Império: relatos de viagem e transculturação. Bauru/São
Paulo: EDUSC, 1999.
RODRIGUES, Eugénia.
A geração silenciada: a Liga
Nacional Africana e a representação do branco em Angola na década de 30. Porto:
Edições Afrontamento, 2003.
SILVEIRA, Maria Anabela Ferreira. A Baixa de
Cassange: prenúncio da luta armada in Revista
Porto, publicação semestral do Programa de Pós Gradução em História da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil, nº3 (2013).
ZAMPARONI,
Valdemir. D. . Ficção e História em A Vida Verdadeira de Domingos Xavier.
Polifonia (UFMT), Cuiabá, v. 01, p. 160-180, 1993.
FREUDENTHAL,
Aida. A Baixa de Cassange: algodão e revolta. Revista Internacional de
Estudos Africanos, Lisboa, Instituto de Investigação Científica
Tropical/Centro de Estudos Africanos e Asiáticos, n. 18-22, p.245-283,
1995/1999.
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